O que é o(a) Sucot?

Sucot

Na rica e milenar tradição judaica, existem três festividades de imensa importância espiritual e histórica, conhecidas coletivamente como os "Festivais de Peregrinação" (em hebraico, Shalosh Regalim). O nome deriva da antiga prática, observada durante o período dos Templos Sagrados em Jerusalém, de os judeus de todas as partes da Terra de Israel e da Diáspora empreenderem uma peregrinação a Jerusalém para celebrar esses dias sagrados no Templo. Cada um destes festivais não só comemora um evento central na narrativa do povo judeu, mas também se conecta profundamente com os ciclos agrícolas da Terra Santa.

Os Três Festivais de Peregrinação Judaicos

1. Páscoa (Pessach): A Celebração da Liberdade

O primeiro desses pilares festivos é a Páscoa, conhecida em hebraico como Pessach. Esta comovente celebração honra e rememora o épico Êxodo do povo judeu da escravidão no Antigo Egito, um marco fundamental na história e identidade judaica, conforme narrado no Livro do Êxodo. A palavra "Pessach" significa "passagem" ou "passar por cima", referindo-se ao momento em que Deus "passou por cima" das casas dos israelitas durante a última das Dez Pragas, poupando seus primogênitos.

Durante o Pessach, que tradicionalmente dura sete dias em Israel e oito na Diáspora, os judeus abstêm-se de consumir chametz (alimentos fermentados), como pão, massas e cereais, em vez disso, comem matzá, o pão ázimo. A matzá simboliza a pressa com que os israelitas partiram do Egito, sem tempo para que a massa levedasse. O ponto alto da celebração é o Seder de Pessach, uma refeição ritualística realizada nas primeiras noites do festival. Durante o Seder, a história da libertação é recontada através da leitura da Hagadá, com rituais, orações e canções, garantindo que a memória e o significado da liberdade permaneçam vivos e sejam transmitidos de geração em geração.

2. Pentecostes (Shavuot): A Revelação Divina e a Colheita

O segundo festival de peregrinação é o Pentecostes, amplamente conhecido por seu nome hebraico, Shavuot, que significa "Semanas". Este nome alude ao fato de que Shavuot é celebrado sete semanas após a Páscoa, marcando o fim da contagem do Omer – um período de 49 dias que conecta a libertação física do Êxodo com a libertação espiritual através da Torá.

Shavuot é duplamente significativo: por um lado, comemora a revelação da Torá por Deus ao povo de Israel no Monte Sinai, um evento que estabeleceu a aliança divina e forneceu as bases da lei e da moralidade judaicas. É o momento em que o povo judeu recebeu os Dez Mandamentos. Por outro lado, o festival também é uma celebração agrícola, marcando o fim da colheita da cevada e o início da colheita do trigo em Israel, sendo conhecido como a "Festa das Primeiras Frutas" (Yom Habikkurim), quando as primeiras e mais belas frutas eram levadas como oferenda ao Templo de Jerusalém, expressando gratidão pela abundância da terra. É costume estudar a Torá durante toda a noite de Shavuot e decorar sinagogas e lares com folhagens e flores, simbolizando o Sinai florido.

3. Tabernáculos (Sucot): Abrigos na Jornada e a Alegria da Colheita

O terceiro e final festival de peregrinação é o dos Tabernáculos, ou Sucot em hebraico, que significa "cabanas" ou "tendas". Esta celebração de sete dias, que ocorre no outono (no hemisfério norte), honra a memória das frágeis cabanas (sukkot) ou moradias temporárias nas quais Moisés e os israelitas viveram por quarenta anos enquanto vagavam pelo deserto após o Êxodo do Egito. As sukkot simbolizam a proteção divina e a dependência de Deus durante essa longa jornada.

Durante Sucot, os judeus são comandados a construir e passar tempo, inclusive fazendo suas refeições e, se possível, dormindo, em uma sukkah – uma estrutura temporária com telhado feito de vegetação, que permite ver as estrelas. Esta prática serve como um lembrete vívido da fragilidade da vida e da fé na providência divina. Além do aspecto histórico, Sucot é também um festival da colheita, conhecido como a "Festa da Colheita" ou "Festa da Reunião" (Chag Ha'asif), marcando o fim da colheita de outono e expressando gratidão pelas bênçãos da terra. Um ritual central envolve o uso do arba'at ha'minim, as "Quatro Espécies" – um ramo de palmeira (lulav), três ramos de murta (hadas), duas de salgueiro (aravah) e um cidra (etrog) – que são agitados em diferentes direções, simbolizando a unidade e a abrangência da presença divina.

Perguntas Frequentes sobre os Festivais de Peregrinação Judaicos

O que são os Festivais de Peregrinação Judaicos?
São três festas anuais judaicas (Páscoa/Pessach, Pentecostes/Shavuot e Tabernáculos/Sucot) durante as quais, historicamente, os judeus peregrinavam ao Templo em Jerusalém para celebrar e oferecer sacrifícios.
Por que esses festivais são chamados "de Peregrinação"?
O nome "Festivais de Peregrinação" (Shalosh Regalim) reflete a antiga prática de os judeus viajarem a Jerusalém para adorar e celebrar no Templo Sagrado, um ato de devoção e unidade nacional.
Qual o significado da Páscoa (Pessach)?
A Páscoa celebra a libertação do povo judeu da escravidão no Antigo Egito, conforme narrado no Livro do Êxodo, e o nascimento da nação israelita.
O que se comemora em Pentecostes (Shavuot)?
Shavuot celebra a revelação da Torá por Deus no Monte Sinai e, em seu aspecto agrícola, o fim da colheita da cevada e o início da colheita do trigo, sendo também a Festa das Primeiras Frutas.
Qual a importância de Tabernáculos (Sucot)?
Sucot comemora as cabanas temporárias nas quais os israelitas viveram durante seus quarenta anos no deserto após o Êxodo, simbolizando a proteção divina e a fragilidade da existência. É também uma festa da colheita.

O Sucot também é comemorado em

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Quando é o(a) Sucot?

Datas do(da) Sucot
Anocomeça no diatermina no dia
2024 19 de outubro24 de outubro
2023 2 de outubro7 de outubro
2022 12 de outubro17 de outubro
2021 23 de setembro28 de setembro
2020 4 de outubro10 de outubro
2019 15 de outubro21 de outubro
2018 25 de setembro1 de outubro
2017 7 de outubro12 de outubro
2016 19 de outubro24 de outubro
2015 30 de setembro5 de outubro
Duração
2128 Dias

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